Produtos Digitais

Imagem
Manual de Boas Práticas Farmacêuticas R$ 25,00 Manual de Boas Práticas Farmacêuticas para atender os requisitos da  Resolução nº 44/09  da ANVISA e  Resolução nº 357/01  do CFF, que dispõe sobre a prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. Normatizar o funcionamento da Empresa de forma a manter regras de Boas Práticas de Aquisição, Armazenamento, Conservação e Dispensação dos produtos comercializados e serviços prestados pelo estabelecimento. Normas elaboradas de acordo com as rotinas e para que o trabalho seja feito de uma maneira uniforme por todos. Clique aqui  para comprar o Manual de Boas Práticas Farmacêuticas Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde para Farmácia R$ 25,00 O plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde tem o objetivo de definir medidas de segurança e saúde para o trabalhador, garantir a integridade física do pessoal direta e indiretamente envolvido e a preservação do meio ambiente. Mini

Magistral

Manipulação de Formas Farmacêuticas Sólidas (Pós)


Pistilo

Pesagem 

Inicialmente o farmacêutico faz a conferência inicial da prescrição conforme o item 4.5.1 da Resolução 33/2000 e orienta quanto às seguintes etapas: 

O manipulador confere se a ordem de manipulação está de acordo com a receita e o rótulo, separa atenciosamente os potes dos componentes que serão utilizados (as matérias-primas deverão ser armazenadas em recipientes adequados, hermeticamente fechadas, rotuladas com todas as especificações (ex.: nome, fator de diluição se aplicável, nome do fornecedor, prazo de validade, ficha de diluição quando aplicável, número do lote, etc.)). 

Procede-se a pesagem individual de cada componente da formulação, conferindo o peso descrito na ficha de pesagem com o indicado na balança (os potes com as matérias-primas, após terem sido utilizados, deverão ser fechados e recolocados nas prateleiras no seu devido lugar). O manipulador deverá pesar as substâncias especificadas na receita, observando as respectivas quantidades, registrando os respectivos cálculos bem como os lotes na ordem de manipulação. 

A pesagem deve ser precisa e cuidadosa. 

Ao iniciar a pesagem, o manipulador deverá previamente tarar o recipiente de pesagem. 

O manipulador deverá pesar cada substância separadamente (dando prioridade às substâncias presentes em quantidades menores), tarando a balança a cada operação. A quantidade do excipiente a ser pesada deve ser determinada pelo método volumétrico (veja tabela abaixo) de acordo com o tamanho da cápsula a ser utilizada. 

Após o término da pesagem da formulação, inclusive do excipiente proceder com a tamisação/trituração/diluição (homogeneização) do medicamento. 

A ordem de manipulação deve conter orientação sobre o tamanho e cor de cápsulas a serem utilizadas. 

Tabela - Capacidade das Cápsulas Gelatinosas Duras
CAPACIDADE DAS CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS
Tamanho da cápsula
Volume (mL)
Peso (mg)
Qtde de princípio ativo usualmente empregada
000
1,37 mL
Acima de 1000mg (750mg) *
Acima de 750mg
00
0,95 mL
(500) * a 1000mg
Entre 351 a 500mg
0
0,68mL
(400) * a 500mg
251 a 350mg
1
0,50mL
(350) * a 400mg
151 a 250mg
2
0,37mL
(250) * a 300mg
50 a 150mg
3
0,30mL
(200) * a 300mg
Até 50mg
4
0,21mL
(126) * a 252mg
Até 5mg
 * Capacidade média para substância com densidade aparente próxima da lactose. Existem diferenças de capacidade em peso relacionadas com a reologia do pó, tenuidade, densidade aparente, etc. Exemplo: uma cápsula número 0 pode conter 300mg de cáscara sagrada pó ou 825mg de cloreto de sódio. Portanto é recomendável a utilização da proveta. 


Tamisação/trituração/diluição (homogeneização) 

O manipulador seleciona a ordem de manipulação junto com a receita de acordo com o horário de entrega ao cliente; confere o rótulo e a requisição de acordo com a receita; verifica se existe alguma anotação em relação à matéria-prima ou orientação técnica de manipulação. 

Transfere o pó para o tamis de malha adequado (40 a 60) e tamisa o pó com pistilo, pressionando-o contra o tamis em movimentos circulares e de vai e vem até o esgotamento do pó. 

Verte os pós pesados para o gral de porcelana, tritura várias vezes com movimentos no sentido horário e vários movimentos no sentido anti-horário, revolve o pó no interior e lateral do pistilo e do gral com a espátula e mistura novamente com movimentos no sentido horário e com movimentos no sentido anti-horário. 


Encapsulação 

O encapsulador seleciona a formulação previamente homogeneizada, a ser encapsulada, por ordem de prazo de entrega prometido ao cliente. 

Encapsula a fórmula utilizando as placas necessárias de acordo com o tamanho de cápsula a ser utilizado conforme a recomendação na ordem de manipulação e preenche o registro. 

Verte as cápsulas para a embalagem adequada e a rotula - preenche os registros necessários. 

Envia junto o produto embalado com a receita para a conferência e controle da qualidade. 


Conferência 

1. O farmacêutico confere o medicamento com a Ordem de Manipulação, rótulo e receita. 

2. O farmacêutico confere verificando os seguintes itens: 

a) Horário de entrega prometido ao cliente; 
b) Se a Ordem de Manipulação esta devidamente preenchida, assinada com letra legível; 
c) A quantidade de cápsulas ou comprimidos dentro do pote, utilizando o contador; 
d) Se há deformação nas cápsulas; 
e) Aparência das cápsulas (limpeza, amolecimento, quebra, pintas e manchas); 
f) Se o tamanho da cápsula é o mesmo anotado na Ordem de Manipulação; 
g) Cor da cápsula utilizada; 
h) Rótulo (rotular conforme item 4.5.3 da RDC 33/2000) x receita; 
i) Carimbo de manipulação na receita, devidamente preenchido; 
j) Se existe rótulo de advertência para casos de substâncias controladas pela Portaria 344/98


Controle de Qualidade 

PESO MÉDIO 

Este teste de controle de qualidade do produto final é fundamental para avaliar se as cápsulas preparadas apresentam uniformidade de peso. É uma forma de avaliar a técnica de encapsulação do manipulador, podendo ser um indicador de correção ou aprimoramento, quando os resultados demonstrarem variação considerável. 

O controle de peso médio deve seguir as especificações da farmacopéia Brasileira e pode ser feito manualmente. Além do controle de peso médio é importante o cálculo do desvio padrão e o coeficiente de variação (desvio padrão relativo) sendo necessário que o farmacêutico conheça estes indicadores estatísticos para saber quando e como aplicá-los. 

As fórmulas que não atenderem às especificações da farmacopéia não podem ser dispensadas, devendo ser refeitas. A farmácia de manipulação, por produzir em pequena escala, consegue alcançar coeficientes de variação muito menores que os preconizados pelas farmacopéias.

Procedimento para determinação do peso médio de cápsulas duras: 
Pesar individualmente 20 cápsulas duras e determinar o peso médio. 
Pode-se tolerar variação dos pesos individuais em relação ao peso médio, conforme indicado na tabela do Anexo I. 
Se uma ou mais cápsulas estiverem fora dos limites indicados, pesar individualmente 20 unidades, remover o conteúdo de cada uma e pesar novamente. 
Determinar o peso médio do conteúdo pela diferença dos valores individuais obtidos entre a cápsula cheia e a vazia. 
Pode-se tolerar, no máximo, duas unidades fora dos limites especificados na tabela, em relação ao peso médio, porém nenhuma poderá estar acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas. 
Se mais que duas, porém não mais que seis, cápsulas, estiverem com variação entre uma ou duas vezes o índice da tabela, em relação ao peso médio, determinar o peso do conteúdo em mais 40 unidades e calcular o peso médio das 60. 
Determinar as diferenças, em relação ao novo peso médio. 
Pode-se tolerar, no máximo, 6 unidades em 60 cápsulas cuja diferença exceda os limites da tabela do Anexo I, em relação ao novo peso médio. 
Pode-se tolerar, no máximo, 6 unidades em 60 cápsulas cuja diferença exceda os limites da tabela, em relação ao peso médio, porém nenhuma, cuja diferença exceda o dobro dos mesmos. 

Observação: O presente procedimento é considerado método oficial. Porém, é recomendado que no caso de reprovação conforme item 3, quando houver reprovação de até duas cápsulas, a fórmula seja considerada não conforme e reprocessada. 

Referências:

- Farmacopéia Brasileira, 4ª ed. 
- Farmacopéia Americana, USP 30/NF25 

Anexo I - Variação de peso em cápsulas duras (F.B.IV) 

Peso médio ou valor nominal declarado..............Limites de variação 
Até 300,0 mg........................................................+/- 10% 
Acima de 300,0 mg................................................+/- 7,5% 



Manipulação de Cápsulas contendo Fármacos Higroscópicos 


Manipulação


A manipulação de cápsulas contendo fármacos de natureza higroscópica que absorvem a umidade ambiental é crítica, podendo levar a um “amolecimento” das cápsulas, tornando-as esteticamente inaceitáveis e, além disso, comprometer a estabilidade e eficácia da preparação. 

Abaixo estão relacionadas algumas medidas preventivas e corretivas para higroscopia: 

A) A manipulação deve ser realizada em ambiente de temperatura e umidade controladas: temperatura ambiente de no máximo 25°C e a umidade relativa do ar ideal entre 30 a 45%, ou, no máximo, inferior a 60%. 

B) Deve-se empregar um tamanho de cápsula que permita a adição de, pelo menos, 50% do volume da cápsula para seu preenchimento. A não utilização de uma quantidade adequada do excipiente adequado permitirá a higroscopia e o conseqüente “amolecimento” da cápsula. Portanto, empregue um tamanho de cápsula maior, que permita a adição de quantidade adequada de excipiente. Se não for possível, devido à quantidade de ativos, fracione a dosagem em duas ou mais cápsulas, de modo que possa adicionar quantidade suficiente do excipiente. 

C) Deve-se utilizar nos excipientes substâncias absorventes e dessecantes, que possam reduzir a tendência à higroscopia dos pós (ex.: aerosil 200, talco farmacêutico, carbonato de magnésio leve, óxido de magnésio leve, talco, fosfato de cálcio dibásico, etc.). Lembrando-se que os mesmos influenciam negativamente na desintegração e dissolução das cápsulas e, portanto, devem ser utilizados em concentrações compatíveis. 

Formulações de Excipientes para Utilização em Matérias Primas Higroscópicas 

Abaixo estão algumas sugestões de fórmulas de excipientes para serem utilizados em matérias primas higroscópicas de acordo com o grau de higroscopicidade, utilize as que mais se adequarem às particularidades de sua farmácia. 

Matérias Primas de Alta Higroscopicidade 

Fórmula 01
Aerosil 200® – 10%
Caolin – 90%

Fórmula 02
Carbonato de Magnésio – 90%
Aerosil 200® – 10%

Fórmula 03
Aerosil 200® – 10%
Óxido de Magnésio – 90%

Matérias Primas de Média Higroscopicidade

Fórmula 01
Aerosil 200® – 3%
Talco Farmacêutico – 97%

Fórmula 02
Aerosil 200® – 3%
Talco Farmacêutico – 48,5%
Celulose Micronizada – 48,5%

Fórmula 03
Aerosil 200® – 1%
Estearato de Magnésio – 0,5%
Fosfato de Cálcio Tribásico – 60%
Celulose Micronizada – 38,5%

Fórmula 04
Aerosil 200® – 3%
Manitol – 72,75%
Celulose Micronizada – 24,25%

Matérias Primas de Baixa Higroscopicidade

Fórmula 01
Aerosil 200® – 5%
Estearato de Magnésio – 1%
Fosfato de Cálcio Tribásico – 94%

Obs.: Aerosil 200® também possui alguns sinônimos comerciais como Dióxido de Silício Coloidal, Sílica Coloidal Anidra, Aerosil® ou Cab-O-Sil® .

Obs. 2: Para medir a higroscopicidade de uma matéria prima faça um teste simples: Tare um papel-filtro (daqueles redondos utilizados em laboratórios de química analítica para filtragem simples) e pese 1g da matéria prima a ser analisada. Deixe por 10 minutos e retire, quanto mais ativo impregnar no papel filtro mais higroscópica é a matéria prima. Por exemplo, se 0,7g continuar no papel a matéria prima é 70% higroscópica (alta higroscopicidade). Lembre-se que estes testes dependem das condições de temperatura e umidade do seu Laboratório de Controle de Qualidade.