TERAPIA DE NUTRIÇÃO PARENTERAL
Terapia Nutricional é o conjunto de ações que visam mudar, melhorar ou recuperar o estado nutricional de pacientes internados, ambulatoriais ou em serviço de home care. Pode ser destinado a qualquer faixa etária, levando em consideração especificidades de cada um destes grupos. A Nutrição Parenteral Total, tem como proposta uma via que não envolva o trato gastrointestinal, e na maioria dos casos, é indicada justamente quando há um comprometimento gastrointestinal de maneira que a dieta via enteral não seja viável.
Nutrição Parenteral Total ou NPT é uma "solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos e sistemas".
Perfusão intravenosa de nutrientes de modo a fornecer o aporte necessário à manutenção ou restauração do equilíbrio nutricional e metabólico do doente. Quando não é possível a nutrição entérica.
Classificações:
Quanto a via de administração:
- Periférica: baixas concentrações de nutrientes, administração na região da mão ou antebraço, via de escolha para curtos períodos e sem desnutrição grave, tolerância osmótica máxima de 900 mOsm/L.
- Central: altas concentrações de nutrientes, administração através de cateter venoso posicionado em veia de grande calibre, via de escolha para longos períodos, maior risco de infecções e complicações.
Quanto à composição da solução:
Sistema glicídico: composto por duas soluções de grande volume, a solução de aminoácidos, fonte de nitrogênio, e a solução de glicose, como fonte de energia.
Sistema lipídico: composto por três soluções de grande volume, a solução de aminoácidos, fonte de nitrogênio, a solução de glicose, como fonte de energia, e a solução de lipídios, como fonte energética e de ácidos graxos essenciais.
Indicadores de desvio de qualidade:
- Reação de Maillard: grupo amino + grupo carbonila + temperatura = solução amarelada
- Peróxido lipídico: exposição a luz à oxidação à peróxido lipídico
Preparo de nutrição parenteral:
Sala classe ISO 7
Cabine de fluxo laminar classe ISO 5 com pressão positiva
TERAPIA ANTINEOPLÁSICA
Preparo de quimioterapia:
Unidade centralizada de preparação de medicamentos (UCPC)
- Zona negra: recepção e validação de prescrições médicas.
- Zona cinzenta: estoque de medicamentos, produtos e outros materiais necessários para as preparações.
- Zona branca: local onde irá ocorrer a manipulação, possui pressão negativa.
Capela classe II tipo B2
EXCIPIENTES
Podem ser classificados quanto à sua finalidade: conservantes, corantes, aromatizantes, edulcorantes, espessantes, emulsificantes, estabilizantes, antioxidantes, diluentes, umectantes, solventes, promotores de absorção e matrizes de liberação prolongada.
Os excipientes adicionados às formulações são específicos e possuem funções variadas, como solubilizar, aglutinar, promover fluxo, desintegrar, emulsificar, conservar, modificar a viscosidade, diluir, lubrificar, molhar, dentre outros.
Características:
- Inerte
- Toxicologicamente inativo
- Compatível com o fármaco e outros excipientes
- Boa capacidade de sofrer compressão
- Alta fluidez e boa capacidade de escoamento (sólidos)
- Características reprodutíveis por lote
- Alta disponibilidade
- Baixo custo
- De fácil armazenamento
Classificação quanto a utilização:
Tecnológicos: são compostos que são adicionados a substâncias ativas como veículo sob a forma de comprimido. A sua inclusão é praticamente obrigatória em quase todas as fórmulas. Ex.: lubrificantes, diluentes, aglutinantes, desagregantes.
Complementares: são substâncias adicionadas à formulação do produto e estão diretamente ligadas com a eficácia do mesmo, aumentando (ou não) o seu efeito terapêutico. Ex.: absorventes, molhantes, tampões.
Tipos de excipientes:
Diluentes: são produtos "inertes" que têm a finalidade de compressão (no caso de pós) ou de completar o volume de cápsulas. Eles podem ser classificados como solúveis, insolúveis ou mistos.
Diluentes solúveis:
- Lactose: dissacarídeo obtido do leite, excelente diluente (65-85%). Possui capacidade redutora por conter aldeído livre, e, por causa disso pode sofrer reação de Maillard, causando amarelamento e escurecimento dos pós.
- Manitol: indicado para encapsular drogas sensíveis a umidade. Possui incompatibilidade com metais (complexação).
Diluentes insolúveis:
- Amido: pode ser encontrado na batata, mandioca, milho, trigo, arroz. Possui bom escoamento e não tem limite de concentração para uso como diluente.
- Celulose: pode ser usada em forma de pó ou granulado, como também associada à lactose, amido, fosfato de cálcio dibásico dihidratado. Possui ações aglutinantes e desagregantes. Eleva o nível de viscosidade do meio e retarda a absorção.
Absorventes: são substâncias utilizadas com o objetivo de absorver água dos extratos ou de fixar alguns compostos com característica volátil, como as essências. São utilizados também para incorporar substâncias higroscópicas evitando, assim, que a umidade provoque alterações nessas substâncias. Ex.: fosfato de cálcio, carbonato de magnésio.
Aglutinantes: têm o papel de impedir a aglomeração de sólidos, possibilitando o trabalho com uma compressão menor, reduzindo, assim, a força da máquina utilizada para fazer o produto. Mas é importante lembrar que deve-se utilizar a menor quantidade de aglutinantes possível, pois são produtos opostos à desagregação dos comprimidos e, em grande quantidade, dificulta a desagregação dos mesmos. Podem ser utilizados em pós, soluções ou dispersões aumentando a eficácia e garantindo uma melhor distribuição na mistura.
Desagregantes: são utilizados com o objetivo de acelerar a desintegração e/ou dissolução da forma farmacêutica no organismo. É possível controlar o nível de desintegração de acordo com a quantidade de excipiente que é colocado no produto para ter uma desintegração mais rápida ou mais lenta.
Lubrificantes: são substâncias capazes de completar a matriz do produto e evitar a aderência de pós aos cunhos da máquina durante a compressão. Ou seja, um bom lubrificante deve ter ação de facilitar o deslizamento do granulado do distribuidor para a matriz, diminuir a tendência do produto para aderir à matriz, e promover uma fácil ejeção dos comprimidos.
- Estearato de magnésio: mistura com palmitato de magnésio, age como lubrificante e antiaderente nas formulações de excipientes, nas concentrações de 0,25 a 2%. Possui baixa densidade. Hidrofóbico, pode retardar a dissolução de drogas na forma sólida, por isso, devendo ser utilizado na menor concentração possível.
- Talco: silicato de magnésio hidratado. É utilizado nas concentrações entre 1 a 30% como lubrificante e diluente. Possui alta tensão superficial.
Molhantes: são substâncias capazes de prevenir a aderência de pós e granulados às matrizes, facilitam o escoamento dos mesmos no alimentador e o enchimento de cápsulas. Os compostos utilizados com essa finalidade, como o sulfato de lauril e o Tween 80, combatem a liberação dos pós durante a compressão. Caso esses compostos também possuam propriedades tensoativas, ocorre aumento da velocidade de desagregação dos comprimidos por se enxarcarem com maior facilidade.
Tampões: fosfato alcalino, carbonato de cálcio e citrato de sódio são substâncias importantes em produtos farmacêuticos quando o objetivo é manutenção estável do pH.
Corantes: são adjuvantes farmacêuticos utilizados para corrigir as propriedades organolépticas dos produtos, tornando-os mais atraentes. Eles podem ser inorgânicos (dióxido de titânio, óxido de ferro) ou orgânicos, naturais (derivados de plantas e animais, ex.: vermelho carmim) ou artificiais (ex.:
corantes azo - amarelo tartrazina, amarelo crepúsculo).
Edulcorantes: são substâncias utilizadas para adoçar o produto em questão, utilizando açúcares muito ou pouco energéticos.
- Sacarose: possui baixo custo, não deixa gosto residual e pode ter ação conservante e antioxidante. Melhora a viscosidade dos medicamentos líquidos. Desvantagens: cristalização durante o tempo de armazenamento do produto e restrição para pacientes diabéticos.
- Substitutos artificiais: sacarina sódica, ciclamato de sódio e aspartame. Podem induzir reações de hipersensibilidade.
Aromatizantes: também chamados de flavorizantes, são substâncias normalmente, utilizadas para complementar a ação dos edulcorantes, adicionando, por exemplo, diferentes tipos de essências (hortelã, laranja, limão). A aplicação dessas essências é feita sob a forma líquida, sendo absorvido em substâncias adequadas. Os flavorizantes podem ser naturais (óleos essenciais extraídos de plantas e sabores naturais de frutas) ou artificiais (álcoois aromáticos, aldeídos, bálsamos, fenóis, terpenos, etc.), ex.: o acetato de benzila é uma substância responsável pelos sabores artificiais de cereja, pêssego e morango.