↓ dopamina = cocaína ↑ dopamina
A psicose é uma síndrome associada a vários
transtornos mentais, comprometimento em reconhecer a realidade, da capacidade
mental, em se comunicar e se relacionar, da resposta afetiva. Associadas a
distorções perceptivas (vozes alucinatórias, visões) e distúrbios motores
(sinais de tensão, risadas inadequadas, gestos repetidos, conversar consigo
mesmo).
A esquizofrenia é uma psicose crônica à sintomas positivos (delirium, alucinações,
distorções ou exageros de linguagem, comportamento desorganizado, agitação),
sintomas negativos (apatia, anedonia (falta de prazer), alogia (ausência de
ideias), embotamento afetivo, avoliação (falta de vontade).
Na esquizofrenia há aumento dos níveis de
dopamina (receptor D2).
5 vias dopaminérgicas:
- Via mesolímbica à responsável pelos sintomas positivos.
Associada ao prazer, motivação, recompensa.
- Via mesocortical à responsável pelos sintomas negativos. Associada
à cognição, memória, comunicação, atividade social.
- Via nigroestriatal à ↓ de dopamina nessa via causa distúrbios
motores (tremor, rigidez, acatisia (inquietação), distonia (contrações
involuntárias)).
- Via tuberoinfundibular à diminuição do funcionamento dos neurônios
desta via associada ao aumento de prolactina (galactorreia, amenorreia).
NEUROLÉPTICOS OU ANTIPSICÓTICOS
Típicos: (clássicos, convencionais, 1ª geração)
Antagonistas dos
receptores D2 (bloqueio dos receptores D2 na via mesolímbica) impedindo a
ligação de dopamina.
Efeito
terapêutico: ↓ dos sintomas
positivos, bloqueio dos mecanismos de recompensa normais.
Efeitos adversos: neurolepsia (indiferença comportamental),
sintomas extrapiramidais (distúrbios do movimento – bloqueio D2 da via
nigroestriatal), elevação da prolactina, efeitos antimuscarínicos (bloqueio dos
receptores muscarínicos M1 – boca seca, visão turva, constipação intestinal,
sonolência), hipotensão ortostática e sedação (em ɑ1), ganho de peso (em H1).
Sintomas
extrapiramidais à se os receptores da via nigroestriatal forem
bloqueados constantemente pode ser produzido um distúrbio de movimento
hipercinético denominado discenesia tardia (movimentos faciais, como mastigação
constante, protusão da língua e caretas, e movimentos de membros). É reversível
caso o antipsicótico seja retirado precocemente, caso contrário pode levar à
síndrome neuroléptica maligna, caracterizada por rigidez muscular extrema,
febre e coma, pode ser fatal.
Classificação:
Quanto à estrutura química:
- Butirofenonas: haloperidol
- Fenotiazidas: clorpromazina, levomepromazina
- Benzomidas: sulpirida
- Tioxantinas: tiotexene
- Dibenzoxapinas: loxapina
- Dihidroindolona: molindona
Quanto à potência:
- Alta potência: haloperidol
Mais eficazes (maior ligação aos receptores
D2), maior incidência de efeitos extrapiramidais e menor incidência de efeitos
anticolinérgicos e sedação.
- Baixa potência: clorpromazina
Menos eficazes (menor ligação aos receptores
D2), menor incidência de efeitos extrapiramidais e maior incidência de efeitos
anticolinérgicos e sedação.
São
utilizados na clínica para pacientes oncológicos, são potentes antieméticos.
Clorpromazina também é utilizada para controle de soluços.
Atípicos: (2ª geração) ➡ clozapina, quetiapina, risperidona, olanzapina, aripiprazol
Antagonistas de
dopamina e antagonistas ou agonistas parciais de serotonina.
Antagonistas D2 e
antagonistas 5HT2A ou agonista parcial 5HT1A.
Causam menos
efeitos extrapiramidais e de hiperprolactinemia.
Melhora os
sintomas positivos e negativos da psicose.
A serotonina
inibe a liberação de dopamina, a inibição da serotonina aumenta a liberação de
dopamina, o antagonismo serotoninérgico reverte ou diminui o antagonismo dopaminérgico
nas outras vias diminuindo os efeitos adversos. No caso no agonismo parcial a
serotonina liga-se ao receptor e aumenta a liberação de dopamina.
O bloqueio de
dopamina vence na via mesolímbica, nas outras vias a liberação de dopamina
vence em relação ao bloqueio.
Possuem ações
antidepressivas (agonismo 5HT1A, ex.: quetiapina) e ações ansiolíticas,
sedativo hipnóticas (bloqueio de receptores H1 e M1).
Demoram de 2 a 3
semanas para que façam efeito (inativação das descargas dos neurônios
dopaminérgicos).
Efeitos adversos: ações cardiometabólicas (ganho de peso,
obesidade, dislipidemia, diabetes, doença cardiovascular).
- Clozapina:
risco metabólico alto, associada à agranulocitose.
- Risperidona: risco
metabólica moderado, altamente efetiva nos sintomas positivos e melhora
sintomas negativos. Em doses altas comporta-se como típico.
- Olanzapina:
risco metabólico alto, melhora o humor (bipolar).
- Quetiapina:
risco metabólico moderado, tem efeito antidepressivo, hipnótico e
antipsicótico, a depender da dosagem.
- Aripiprazol: agonista parcial D2 =
ação antipsicótica sem sintomas extrapiramidais, risco metabólico baixo.
Efetivo na esquizofrenia, mania e irritabilidade relacionada ao autismo.