A epilepsia é um distúrbio crônico
caracterizado por convulsões, que são episódios de duração limitada de
disfunção cerebral que geram uma descarga anormal dos neurônios cerebrais.
Convulsões parciais: simples ou complexas.
São aquelas em que a descarga começa
localmente e permanece localizada, sendo assim os sintomas dependem da região
cerebral envolvida, atingindo apenas um hemisfério.
Convulsões generalizadas: tônico-clônicas (grande mal) ou crises de
ausência (pequeno mal).
Envolvem o cérebro inteiro, produzindo assim
atividades anormais em ambos os hemisférios, sendo a perda da consciência
imediata uma de suas características.
Tónico-clônicas à
contração forte inicial da musculatura como um todo. A respiração cessa e
costumam ocorrer defecação, micção e salivação.
Crises de ausência à ocorrem comumente em crianças. O paciente
subitamente interrompe o que está fazendo e olha fixamente para o vazio.
ANTIEPILÉTICOS
Inibidores
dos canais de sódio:
Atuam bloqueando
a excitação das células que estão disparando repetidamente, agindo sobre os
canais de Na+ dependentes de voltagem.
- Fenitoína:
para crises parciais e tônico-clônicas generalizadas.
- Carbamazepina: para depressão bipolar (estabilizador) e
neuralgia do trigêmeo. Também reduz a transmissão pré-sináptica. Fenitoína e
Carbamazepina são fortes indutores enzimáticos da CYP-3A4, podendo levar ao
aumento de metabolização de outros fármacos, com consequente diminuição de
níveis séricos com possíveis prejuízos em seus efeitos terapêuticos.
- Ácido valproico e valproato de sódio: para crises tônico-clônicas e de ausência.
Tem baixa toxicidade e não tem ação sedativa. Além de bloquear os canais de Na+,
também parecem aumentar a concentração dos receptores GABA.
- Primidona:
é convertida em fenobarbital. Úteis nas crises parciais e tônico-clônicas.
Inibidores
dos canais de Ca2+:
Bloqueiam os
canais de Ca2+, o que diminui a entrada Ca2+
no neurônio, diminui a liberação de glutamato (neurotransmissor excitatório) e
proporciona o efeito anticonvulsivante.
- Gabapentina e pregabalina: análogos do GABA, mas não atuam sobre o
receptor. Para crises tônico-clônicas generalizadas e crises parciais, dor
neuropática e fibromialgia (pregabalina).
- Etossuximida:
para crises de ausência.
Potencialização
da ação do GABA:
- Benzodiazepínicos: diazepam, clonazepam.
- Barbitúricos:
fenobarbital.
Toxicologia:
teratogenicidade.
A suspensão acidental ou programada pode
causar aumento na frequência e na gravidade das crises. Pode haver necessidade
de semanas ou meses com redução gradual da dose.
Superdosagem pode causar depressão respiratória.